- Espera! Não fujas! Por favor, volta!- gritei, enquanto corria atrás de Johnny. Ele corria que nem uma lebre e eu começava a ficar cansada. Não sou propriamente uma rapariga em boa forma...
- Deixa-me ir, Harmonie. Não quero falar agora.
- Desabafa comigo, Johnny! Só te fazia bem...
- Pronto, como queiras... - respondeu, tristemente, dirigindo-se comigo para os bancos que se encontravam mesmo ao nosso lado.
Estava mesmo nervosa, e cheia de pena do Johnny. Começava a imaginar como seria perder a minha mãe, o meu pai, ou alguém de quem eu era muito próxima. Deve ser horroroso!
- Como disse à bocado, a minha irmã morreu enquanto saía deste parque. Foi no ano passado, numa linda tarde de Verão, em que eu e ela decidimos que precisávamos de ter uma daquelas nossas tardes de irmãos, em que nos fartávamos de comer gelados. Foi então, enquanto passávamos a passadeira para voltar para casa, que ela foi atropelada por um parvalhão que passou o sinal vermelho, como se não tivesse visto nada - disse, completamente raivoso.
- Oh Johnny, isso é horrível!
- Pois, principalmente quando te sentes culpado por tudo o que aconteceu.
- Oh Johnny - disse, agarrando as suas mãos - a culpa não é tua. A culpa é do estúpido que a atropelou. Tu não podias fazer nada para o evitar!
- Podia sim! Eu devia tê-la protegido! Eu é que devia ter sido atropelado. Eu é que devia ter morrido! - gritou Johnny,já a verter lágrimas.
- Johnny! Ouve o que eu te digo! - exclamei, apertando com mais força as minhas mãos nas suas - Pára de pensar que a culpa é tua. A culpa NÃO é tua. Ninguém podia prever o que ia acontecer. Agora, tens de seguir em frente. Ela irá sempre permanecer no teu coração.
- Obrigada Harmonie.Conheço-te à tão pouco tempo e já sinto que és uma das melhores pessoas que conheci. Obrigada por me ajudares, e por me ouvires, Obrigada, por tudo - disse Johnny, dando-me um beijo na testa, muito carinhoso. Ele tinha razão. Conhecia-o à um par de dias , e já era tão importante para mim. Ele era um rapaz tão inteligente, carinhoso e querido que até era difícil de acreditar que ele existia mesmo. Parecia um produto da minha imaginação!
- De nada, John - respondi, limpando as suas lágrimas - Sempre que precisares, estarei aqui, sempre pronta a ouvir-te e a ajudar-te. Só te quero ver bem! Nada de tristeza, ok? - disse, com um grande sorriso nos lábios.
-Ok :) Desde que te tenha ao meu lado, tudo estará bem - respondeu, recebendo em troca, mais um dos meus grandes sorrisos carinhosos - Olha, gostava de te convidar a ir jantar a casa dos meus pais. Que dizes?
- Ahahah, por mim tudo bem! Mas espera, jantar? Que horas são? Ai credo! Já é tão tarde! Elas devem andar aflitas para saber onde é que eu ando! Importas-te que lhes mande uma sms, num instante?! - Exclamei, aflita.
- Estás a vontade! Mas vamos andando para minha casa, ok?
- Ok :D
A casa dele era linda! Parecia uma autêntica mansão.Tinha por volta de dois andares,era branca(com ligeiros toques de bege), e tinha um estilo muito clássico. Quem me dera ter uma casa assim!
- Esta é a tua casa?! - disse, espantada.
- Sim. Porque estás surpreendida?
- Porque é mesmo muita linda! Pensei que vivias num apartamento, ou coisa assim...
- Como os meus pais têm bastante dinheiro, não preciso de viver num apartamento. Embora às vezes me desse mais jeito viver numa lugar que ficasse mais perto da escola... - comentou Johnny. Tinha acabado de descobrir que os seus pais eram ricos. Mais uma qualidade à acrescentar à lista - Bem, vamos entrar. Os meus pais já devem estar preocupados - disse ele, dirigindo-se para a entrada.
Se eu tinha ficado admirada com exterior da casa, então o interior era ainda melhor! Paredes cobertas com papel de parede bege finérrimo, mobilia finérrima, tudo finérrimo! Lindo!
- Estava a ver que nunca mais chegavas, Johnny! Vejo que trouxeste companhia - exclamou a mãe de Johnny, seguida pelo seu marido.
- Mãe, Pai, esta é a Harmonie. Harmonie, esta é a minha mãe, Marta, e o meu pai, Roberto. - apresentou Johnny, após os seus pais se encontrarem ao nosso lado.
- Muito prazer, menina Harmonie - disseram ambos.
- O prazer é todo meu - respondi,educadamente.
- Bem, imagino que tenham bastante fome. Venham para a cozinha. Preparei-vos um prato tipicamente português que é de comer e chorar por mais! - disse Marta, divertidíssima.
Após o jantar,dirigimo-nos ao quarto dele, e sentámo-nos na sua cama. Era um quarto tipico de um rapaz músico. Cheio de posters de bandas, guitarras e um pequeno teclado. Foi então que, enquanto observava os tais posters, reparei numa coisa maravilhosa:

- Ei! Calma! Claro que tenho! São a minha banda favorita - respondeu ele, calmamente.
- O quê?! Eles são a minha banda favorita desde os meus 12 anos! Eu sou totalmente obcecada por eles!
- Estás a gozar?! Wooow! Mais uma coisa que temos em comum - comentou ele, chegando a sua cara perto da minha... e cada vez mais perto... Eu estava a começar a ficar com borboletas na barriga... E quando os nossos lábios se estavam prestes a tocar,"acordei" daquele transe e exaclamei:
- Ai, tenho de ir! Já é muito tarde! Adeus Johnny, adorei estar contigo. Temos de nos encontrar mais vezes!
- Sem duvida. Mal posso esperar para voltar a estar contigo - disse, de uma maneira ligeiramente sensual.
Chegada a casa, reparei que Abby e Melodie estavam entretidas com as suas coisas, por isso, decidi não incomodá-las, sentando-me sossegadamente a olhar para o meu poster dos Muse, a pensar no Johnny e como ele me fazia sentir... tão... bem.
*H
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