sábado, 12 de março de 2011

Confusion

Elas provavelmente iriam ficar chateadas se lhes disse-se onde ia, mas era mais forte que eu. Aquele sonho não tinha sido um sonho normal, isso sabia eu!
Fui de autocarro até ao centro comercial, para depois apanhar outro autocarro que ia ter perto do sitio do sonho. Ao entrar no autocarro, pareceu-me ver Abby, mas, olhei outra vez para trás e estava tudo vazio. Só eu e o condutor. Quando o autocarro parou, saí rapidamente.
Distraída como era, fui contra um homem.
- Desculpe! Foi sem querer!
- Não faz mal. – O Homem recompôs-se e olhou para mim.
Quando vi quem era, o meu coração parou. Freddie?
- És mesmo tu Melody? – Sorriu, verdadeiramente.
- Oh Freddie! Há quanto tempo! O que andas a fazer por aqui?
- Mudei-me, Aqui tenho melhores condições de trabalho! Então, como tens andado?
-Bem e tu?
- Também! Olha, não quero que leves a mal, mas estou mesmo com pressa para apanhar o autocarro, tenho que ir fazer uma coisa. Encontramo-nos por aí!
- Claro! “Inté”!
Fui a tempo de apanhar o autocarro, sentei-me e comecei a pensar no que me tinha acabado de acontecer.
Freddie foi o meu único namorado que eu tive até hoje, pelo menos, namorado a sério. Namorámos durante 4 anos. Mas tinha que ser ás escondidas, porque ele era mais velho que eu, alguns anos!
Ele fora o amor da minha vida, e confesso que ainda sinto uma coisa muito especial por ele. Mas como ele me disse “ Isto não resulta porque somos basicamente irmãos”.
Parei de pensar no “amor da minha vida” e voltei a pensar no sonho.
Quando dei por mim, já tinha chegado.
Lá estava eu, no penhasco do meu sonho. Mas porquê? Porque é que tinha sonhado com aquilo?
Sentei-me numa pedra grande e senti a brisa forte a bater contra mim e apreciar o mar bravo a bater contra as rochas.
Ouvi paus e arbustos a serem pisados, estava ali alguém. Quando olhei para trás vi o tal rapaz de olhos verdes.
- Olá! – Disse-me ele com um sorriso.
- O que é que tu estás aqui a fazer? – Perguntei-lhe perplexa.
- Eu costumo vir fazer caminhadas depois das aulas, e passo sempre por aqui. Por tanto… O que é que tu fazes aqui?
- Não é da tua conta. – Respondi, rudemente.
- Hey? Mas que mal te fiz eu? Tratas-me assim desde que te vi! Alguma vez te fiz alguma coisa?
Olhei-o nos olhos e tombei a cara, parecendo um gato confuso.
-Desculpa. Hum. Eu vi aqui porque… Bem, se te contar uma cosia tu não contas a ninguém?
- Claro…
- Bem, tive um sonho estranho onde alguém me chamava até aqui. Este local, esta pedra onde estou sentada, chamava-me no sonho. Mas não sei o porquê… Então decidi vir.
O rapaz sorriu e olhou para mim. Ele era extremamente lindo, mas irritante.
- Mas olha lá, ainda não sei o teu nome, miúda!
- E por mim nem vais saber.
Levantei-me da pedra e comecei a dirigir-me para o carreiro que dava para a estrada, ter ido ali tinha sido o meu pior erro.
Ele agarrou-me pela mão, mas eu soltei, e ele voltou a agarrar-me. Não a soltei, mas não o olhei nos olhos.
- Oh, então!? Estás-me a tratar como se te tivesse chamado um nome ou assim! Só quero ser teu amigo! Não sou nenhum pedófilo! Porra!
Soltei a mão com cuidado e olhei para ele. Bem, ele tinha razão…
- Chamo-me Melodie…
Virei costas e comecei a andar.
- Prazer! Eu sou o Stark!
Parei e olhei para trás, ele estava com um sorriso envergonhado, típico… Sorri-lhe também.
Virei outra vez costas e vim embora.

O caminho ainda era longo, e já estava muito, muito escuro e eu estava cagadinha de medo! Ora porra!
Ouvi passos a trás de mim e comecei a correr! Ao olhar para trás, a vislumbrar a escuridão, tropecei num pedregulho e caí. “Adormeci” de imediato.  


                                                                                                                *M

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