quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Disappointed"

 A noite foi complicada (tendo em conta que John não saía da minha cabeça), pois não consegui completar as minhas 8 horas de descanso, o que me fez levantar mais cedo do que o normal.
Olhei para o relógio e reparei que marcava as 7 da manhã. Aquilo era bastante cedo, para quem só tinha aulas às 9 e meia. Porém, decidi levantar o cu da cama e dirigir-me à sala para ouvir um bocadinho de rádio, coisa que não fazia há uns bons anos atrás. Após uns minutos, enquanto ouvia "Price tag - Jessie J" ( Sim, eu também aprecio musica pop xD), alguém tocou à campainha.


- Trouxe o pequeno-almoço! Espero que não te importes de ter vindo tão cedo... - disse Johnny, mal abri a porta. O meu coração começou aos pulos e os nervos estavam em alta. Ai Deus, ele é TÃO BOM !


- Claro que não me importo! Entra, e põe as coisas na mesa. Que é que trouxeste para pequeno-almoço?


- Uns belos crepes de chocolate, acabadinhos de fazer pela minha mãe. Acho que vocês vão gostar.
- Huuum, CREPES! Há tanto tempo que não como uns belos crepes... - exclamei, completamente desejosa de os comer.
- Onde estão elas?
- Aah, elas ainda estão a dormir, mas acho que não vale a pena esperar... Já sabes como é que elas são ! Umas belas dorminhocas!
- Ahahah, então comecemos sem elas - disse Johnny, dirigindo-se à cozinha. Pusemos a mesa, sentámo-nos e começámos a falar das nossas músicas favoritas dos Muse (visto que tínhamos esse gosto em comum) enquanto comíamos.


Uma hora passou e Melodie apareceu por lá para beber o seu café da manhã , com uma felicidade fingida ( parecia-me). Há dias que ela andava assim. Começava a desconfiar que seria por causa do Gabriel, razão pela qual já tinha falado com ele. Espero que ela não tenha tido mais daquelas paixonetas que a faziam ficar miserável... Mais tarde, após a Melodie os chamar, Abigal e para minha surpresa Rick apareceram para se juntarem a nós.


- Ricky? Que estás aqui a fazer?
- Hey Harmonie! Não me chames Ricky.. por favor! É vergonhoso. E respondendo à tua pergunta...
- Ele passou cá a noite. Tivemos a fazer um trabalho - respondeu Abigail, interrompendo-o.
- Desde quando é que dormir no sofá abraçados conta como um trabalho? - disse Melodie, atrevida, indo de seguida gamar-me umas pastilhas de mentol. Abigail corou.
- Ah, estou a ver! O amor está no ar!
- Cala-te Harmonie! - exclamou Abigail, que já não estava a gostar da conversa.
- Pronto eu calo-me!
- E já agora, explica-me lá porque é que o Johnny também aqui está!
- Ele apenas veio cá a casa para nos entregar o pequeno-almoço - respondi
- Eh lá! CREPES! Toca a comer! - exclamou Abigail, que era a mais comilona de todas.


O dia passara muito rápido. As aulas tinham corrido bastante bem, tirando a parte em que recebi o teste de formação musical. 15, 2! Ninguém tira 15, 2 ! Que nota miserável! Mas pronto, ninguém morre por isso.


Enquanto arrumava as coisas no cacifo e me preparava para ir para casa, Stark apareceu a correr que nem uma chita e a berrar:
- ELA FOI PARA O HOSPITAL! RÁPIDO RÁPIDO! VEM COMIGO!
- Que se passou?! Quem é que foi para o hospital?!
- NÃO HÁ TEMPO PARA EXPLICAR! VEM COMIGO, JÁ! - berrou ainda mais, obrigando-me a correr até ao hospital. Mas quem será que tinha ido para o hospital? Seria a Melodie?! 
- Oh não! Melodie! Prometeste que nunca mais o voltavas a fazer! - gritei para ela, quando reparei nos cortes dos seus braços.
- Desculpa, mas não aguentei...
- Achas bem o que fizeste!? Já viste a m**da que fizeste?! Adeus! - disse, furiosa. Já era a 5ª vez que ela vinha parar ao hospital e eu já começava a ficar farta. Não aguentava ficar ali durante muito mais tempo.


- Vou-me embora. Pensa bem no que fizeste Melodie. 
- Desculpa! Por favor, NÃO VÁS!


- Adeus - disse, dirigindo-me à saída do hospital. Parva parva parva! És uma parva Melodie dizia, enquanto passava a passadeira,sem olhar sequer para a cor do semáforo. Foi, de súbito, quando ouvi um monte de ruído a vir directo a mim.. Olhei para o meu lado direito e vi que vinha um carro de encontro a mim, sem intenções de parar. 
Senti o meu corpo imóvel no meio da passadeira, ouvindo entre buzinas e gritos o bater descompassado do meu coração a desvanecer enquanto era abalroada por um monte de lata azul.

H*

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