quinta-feira, 19 de maio de 2011

Reference point.

O meu pensamento era: Stark.
Porque raio é que ele me ficava preso à cabeça? Por que raio é que não passava sem ele? Que irritante! E ainda pior é que não gostava dele!
Depois de uma noitada com as outras e um dia no Shopping, decidi dedicar-me à leitura pela noite. Devia ser umas nove e meia da noite quando recebo uma mensagem de Stark.
" Hey, não vens à festa do Rick?"
Não me apetecia escrever, então liguei-lhe.
" tuuuu..... tuuuu...... tuuu........."
Ao inicio do quarto " tuuu" Stark atendeu. Estava silencioso do lado de lá, o que queria dizer que não estava em casa de Ricky.
No meio dos meus pensamentos decidi falar.
- Então, hum, onde andas?
- Podes ir à entrada do teu quarto?
Hein?
- Sim, deixa-me só vestir qualquer coisa...
Pousei o telemóvel e fui vestir uma camisola qualquer, ( sim, eu durmo só de sutiã desportivo...). Abri a porta e vi que Stark estava encostado a ela, ( a sério, quem é que iria acreditar que eu não esperava que ele estivesse lá? Por amor de Deus).
Ele olhou-me e tentou sorrir, mas estava triste, ( pois não, tinha acabado de beijar o meu melhor amigo à frente dele, e ele gostava de mim, como é ele podia estar bem?)
(...Hoje estava do contra, só podia!...)
- Hey, entras ou vais ficar aí especado?
Ele reagiu à minha palavra e entrou de imediato, como se eu fosse um sargento. Sentou-se na minha cama e riu-se do livro que eu andava a ler.
- Os Maias?! Mas que raio de idiota é que lê isto!? - Riu-se e pegou no livro. Começou a lê-lo interessadamente.
-Pelos vistos, tu.
Ele largou logo o livro e fez-me cara de "xanita-macho", deitou-se na cama de barriga para baixo e fingiu adormecer.
Peguei no livro atirado para o canto da cama e sentei-me no chão, ao pé da cama e esqueci-o por completo. Só assim é que me concentrava na grande história aborrecida que se costuma dar no 11º ano e "blá-blá". Mas até era interessante.
Stark não aguentou mais e rastejou na cama até mim, agarrou a minha cara com as suas mãos firmes e beijou-me.
Eu era uma grande besta, era o que era, mas olha, que se lixe.
Ele largou os meus lábios dificilmente, (mas eu tinha mel?!) e chegou-se para trás outra vez. Peguei novamente no livro e pus-me de novo a ler.
- Queres dormir cá, Stark?
Senti que ele ficou estupefacto e arquejou.
- Do.. Dormir aqui!?
- Sim, que mal tem?
Ele arquejou outra vez e sorriu. Pelo menos senti que sorriu.
- Okay.
Olhei para o sofá.
- Mas dormes no sofá.
Stark rabujou.
- Porquê? Gostas tanto assim do outro puto que nem partilhas a cama com um amigo?
Olhei para trás para lhe revirar os olhos.
- O quê? Pensas que não sei que tu gostas de mim?
- Ai que convencido! - Disse - Olha, não dormes tu no sofá, durmo eu! Dormir ao teu lado é que não durmo! E só quero que fiques comigo para ter companhia a noite toda, já que não tenho sono nenhum! E não, não gosto NADA de ti! - Sublinhei mesmo a palavra "Nada".
Stark levantou-se e começou a dirigir-se para a entrada, Eu  não queria que ele fosse embora! Acho que o meu mau humor estava a estragar-me a minha noite de sossego. Levantei-me logo e agarrei-o pelo braço.
- Desculpa, - Recompus-me - ficas?
Ele largou-me a mão, rudemente e abriu a porta, quando corri até frente dela e impede-o de passar. Ele revirou os olhos e empurrou-me para o lado. Com toda a força que tinha empurrei-o também.
- Sai! Quero ir-me embora, já que só sirvo para fazer de ama seca! És uma criança Melodie!
Ai que raiva que estava! Sinceramente!
- Olha lá, lá por ter dito que não gostava de ti, não quer dizer que tenhas que ficar amuadinho!
Stark olhou para mim, com cara de ódio e fitou o canto do quarto.
- Então porque é que dás a entender que gostas de mim?
Ia para começar a berrar com ele, quando sinto uns lábios suaves a tocarem outra vez os meus, um beijo não muito pequenino, que acabou na cama.
Atenção! Não fizemos nada de mal!!
Acabei por adormecer nos braços fortes de Stark e só acordei quando senti uma "flashada" na cara. Abri os olhos dificilmente e vi que era Abigail com a MINHA máquina na mão!
Levantei-me logo e tirei-lhes a máquina das mãos.
- 'Tás a tripar!? Eu tirei alguma foto quando estavas enroladinha com o Ricky!?
Abigail corou e tirou-me a máquina, mostrou o visor da máquina, a demonstrar que a ia apagar.
- Não, agora não preciso que a apagues, muito obrigadinha. - tirei-lhe outra vez a máquina das mãos.
Stark dormia que nem um calhau, ou uma rocha, qualquer coisa que fosse dura, que nem sequer ouviu a barulheira infernal que tinha decorrido à escassos minutos.
Deitei-me outra vez na minha pobre cama de solteiro e observei Stark detalhadamente. Era sereno quando dormia, não tinha poder nenhum, era inofensivo tal como um bebé recém nascido.Estava em forma de concha , coisa que muita gente não faz, mas eu fazia todas as vezes que dormia.
Os seus lábios carnudos estavam descontraídos, o que fazia que ficassem ainda mais "apetitosos.."
( Oh minha santa, mas eu não paro de pensar em rapazes?!)i-me num segundo e fui para a cozinha fazer o pequeno almoço para o resto da cambada de loucos.
Hoje só entrávamos às 11 e 50, pelo que podíamos demorar um pouco mais. Bela forma de começar a semana, hein?
Sinto uns braços fortes envoltos à minha cintura e sobressalto-me, entornando o leito com chocolate para o chão.
- Ora gaita Stark!
- Desculpa amor! Nunca pensei que te ass...
- Não me voltes a chamar amor! - larguei-o e fui buscar um pano para absorver o máximo de leite enchocolatado possível.
- Mas eu pensava que...
- Olha, a pensar morreu um burro! Nunca ouviste dizer? Tem cuidado, que podes vir a morrer se pensares dessa maneira!
-Até rimas-te!- Disse Johnny acompanhado por Harmonie, à entrada da cozinha.
- Não me chateiem vocês também! Já me basta este atrasado mental!
Olharam ambos para Stark, que estava a pegar na mala e a dirigir-se para o quarto para se vestir, para se ir embora.
De peso na consciência, fui atrás dele, para lhe pedir desculpa.
- Nem digas uma única palavra Melodie. - Disse-me, não olhando para onde eu estava.
Não disse nada, como ele pediu, por tanto agi. Fui contra o peito dele e beijei-o. Ele afastou-me, fazendo gestos de repugnância e limpando a minha saliva da boca dele.
- Eu não te percebo, pita! Entre nós está tudo acabado.
- Não Stark! Deixa-me ao menos explicar!
- NÃO! Não te volto a incomodar menininha do papá, que só pensa em si e na sua felicidade! És uma egoísta e sabes o que é que acontece a aos egoístas?! Ficam sem nenhum amigo! Já perdeste um! Agora começa a contar os outros que vais perder!
As lágrimas começaram a escorrer-me da cara, formando um "rio" de água salgada.
- Eu nem pais tenho.
Stark parou e olhou para mim. Veio a correr e abraçou-me. Nem me mexi, mas chorei muito.
- Desculpa, esqueci-me completamente...
Não lhe respondi.

Saímos todos juntos de casa, Harmonie de mão dada a John, Abigail e richard (já nem sei que nome lhe chamar! Não gostava de nenhum..!), a "discutirem" sobre o miúdo que veio lá do "curral de móines" e eu e stark calados, a um metro de distância.
Ambos olhamos para o rapazinho que estava a chorar por ter caído e a mãe estava ao lado dele a ajuda-lo.
-'Tadinho... - Disse-mos em uníssono.
Nem sequer olhámos um para o outro, aquilo era tão normal acontecer que já nem dávamos tanta importância.
Não somos Almas Gémeas, mas admito, não consigo viver sem ele, porra! Ele é o meu .. Ponto de referência, melhor dizendo.
- Os meus pais separaram-se quando eu tinha dez, as habituais conversas que as familias tinham entre si eram trocadas por discuções e pancadaria. - Notava-se a tristeza na voz de Stark.

O dia passou lento, ( a infelicidade faz com que o tempo pareça uma eternidade...), estive sozinha o tempo todo e nem almocei. Para quê? Não tinha fome!
Peguei na mala do meu clarinete e fui para uma sala estudar.
As peças para a prova eram difíceis, ou seja, TENHO QUE ESTUDAAAR!
Passados uns longos minutos ouço um "knock knock" com muito ritmo.
- A Abby tá no The Lido e nós vamos ter com ela. Vens connosco miúda? - Disse Monie alegremente enrolada a Johnny.
Desmontei o meu clarinete e voei dali para fora.
Pus os meus óculos Ray ban wayfarer e peguei  na minha malinha de ombro. Olhei-me no reflexo do vidro de um carro.
- Até tenho um estilo engraçado.

- Eu também acho! - Disse-me uma voz feminina que não me era estranha. Quem seria?

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