sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

The sweetest thing!

O sábado foi apenas e somente para tentar recuperar tudo o que havia perdido. Por isso, nada melhor do que um passeio pelo Hyde Park com Rick.
Estava uma tarde agradavelmente quente e passeávamos junto ao lago que atravessava o parque, de mãos dadas.
- Então.. era assim?- perguntei a medo.
Rick olhou-me e sorriu.
- Raramente vínhamos aqui! Só te trouxe aqui para não te esqueceres da beleza desta cidade. Passávamos a maior parte do tempo no telhado, ou então no centro comercial. Tu adoras fazer compras!
- A sério? Eu gostava de fazer compras?- perguntei chocada.
- Sim! Porquê? O que sentes que está errado?
- Neste momento, a coisa que mais gosto fazer é estar contigo ou com a Melodie! Tens me ajudado imenso a lidar com este problema, ignorando os teus..- disse, esboçando um sorriso.
Rick parou e olhou-me nos olhos.
- Neste momento, o meu problema é o teu problema! Eu amo-te e, desde que te conheci, não consigo parar de pensar em ti.


As emoções começaram a controlar o meu corpo, pensando apenas em Rick. O meu corpo sentia-se atraído pelo dele e o beijo não era de esperar. Não havia nada naquele momento que me pudesse mudar de opinião em relação a ele: o homem mais compreensível à face da Terra!
O dia foi passando e o Hyde Park escurecia à medida que caminhávamos. Chegámos à parte mais recôndita do parque, onde um casal estava bastante entretido, pelo que decidimos voltar para casa.


- Bastante esquisito! Nunca tinha pensado que aquele parque pudesse ter aquele tipo de entretenimento..- comenta Rick, abraçando-me com força.
- Relaxa! As pessoas têm o direito de se divertir independentemente do sítio onde estão!- acalmei-o, beijando o seu pescoço e acariciando o cabelo- Não te sabes divertir pois não?- disse, num tom atrevido
Rick beija-me cada vez com mais intensidade, balançando os nossos corpos até ao sofá da sala, o que nos fez parar e me deu oportunidade de o olhar nos olhos.
- Mostra-me! Como foi a nossa primeira noite juntos?
Os olhos de Rick brilhavam e o sorriso dele abria-se cada vez mais.
-Vem!- diz, estendendo-me a mão e guiando-me até ao telhado.
Eram 8 da noite e a Lua já tinha acordado a estrelas e os candeeiros da rua.
Sentados no sofá, Rick puxou-me para ele, acariciando-me a cara e observando as estrelas. Todas as sensações que estava a sentir causavam-me dores de cabeça.


- Foi assim...-respondeu- És muito especial para mim e eu não quero....
-Shhh...- tapei a boca dele com as minhas mãos e sorri, interrompendo o seu discurso amoroso- Está uma noite linda e já me lembro de quem é a Monie... Não a estragues!
Rick beijou-me e eu a ele, cada vez com mais intensidade, mudando o ambiente por completo, onde as únicas testemunhas eram as estrelas e a Lua. Estava já sem camisola e começava a desabotoar os botões da camisa quando ouvimos a porta do apartamento a bater violentamente contra a parede e o soluçar de alguém bastante aflito.
- Pára! Eu acho que sei o que aconteceu...- disse, impulsionando-me para longe de Rick.
- Eu também.. Tu lembras-te de tudo!
- Eu também estou feliz por isso mas...Não é isso! A Melodie está em problemas, provavelmente a ter uma enorme crise nervosa e.. se não me esqueci por completo... Está prestes a perder os sentidos! Eu odeio-te, sabes disso?- dito isto, beijei-o peguei na camisola e vesti-a.
- Espera!- gritou Rick- Dá-me esta oportunidade. A Melodie já é crescida o suficiente para tratar dela!
- Não, Rick!- esclareci- Tanto a Melodie como qualquer outra pessoa que esteja a iniciar uma crise nervosa, mal se consegue "mexer" para a evitar. Eu sou amiga dela e ela precisa de mim!- a seguir beijei-o na cara e fiz-lhe festas no cabelo- Temos todo o tempo do mundo! Relaxa..
Desci as escadas do prédio até ao apartamento, onde a porta continuava aberta e a parede tinha uma enorme  rachadela (alguém vai pagar por isto!). Fechei a porta e corri até ao quarto de Melodie. Stark acabava de a deitar e ela parecia já estar mais para lá do que para cá.
- Ela vai ficar bem não vai?- perguntou Stark, suspirando.
- Sim, ela parece estar mais calma! O que aconteceu, Stark?- perguntei.
Stark suspirou mais uma vez.
- A Melodie... e o Adam...- Stark baixou a cabeça e fechou os punhos com muita raiva- Parece que eu e o Adam partilhamos a namorada..
*A
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Ela estava linda. Apesar da doença e da tragédia, a sua beleza não mudara, embora ela tenha mudado.
O seu cheiro permaneceu e tudo o que exteriormente era a minha mãe... Mas tanto eu como o meu irmão percebemos que a mãe que ela era para nós desapareceu ou escondeu-se dos próprios filhos.
- Mãe?- mesmo agarrada a ela, não a sentia.
Movi a cadeira de rodas para dentro de casa, onde provavelmente estaria mais quente. Porém, quando entrei, não notei diferença nenhuma.
- Will?!- gritei- Onde estão os aquecedores? Ou porque é que não acendeste a lareira antes de saíres?
Will pousara o casaco no bengaleiro. De seguida, foi à cozinha buscar a caixa dos fósforos e entregou-mos.
- Este é o único fósforo que temos para acender a lareira e para cozinhar.
Fiquei chocada.
- Mas... Tu tinhas um emprego e o pai...Ele é..era.. o presidente! Como é que não há dinheiro para uns simples fósforos?
- Eu fui despedido e o pai abdicou do seu salário para ajudar nas contas da autarquia!- desabafou, agarrando num cobertor e cobrindo a mãe, para a manter quente.
Tendo ouvido isto, agarrei nas chaves do carro.
- Já venho! Vou buscar fósforos, cobertores e o jantar.. Que tal pizza?
- Por mim... A comida da mãe já está preparada. É só aquecer por isso, não te preocupes com ela.- respondeu, sorrindo e acendendo a lareira com o último fósforo da caixa.


Berkshire não mudara nada... A mesma parvónia de sempre!
De qualquer das maneiras, parei no primeiro supermercado que me apareceu e escolhi aquilo que já estava planeado, seguindo os preços mais baratos que encontrava para cada artigo. O homem da caixa estava perplexo a olhar para mim, enquanto punha as compras dentro de um único saco de plástico.
Finalmente, o homem começou a falar:
- Não te lembras de mim, pois não?
- Desculpe, mas eu tenho de me ir embora.
- Espera! Eu fui teu professor de matemática na primária. O meu nome é Louis Carter. Não te lembras mesmo de mim?
- Desculpe professor, mas não! Tenho de ir. - disse, agarrando no saco e fui para o carro.


Era uma noite gelada e o carro estava nas piores condições. Estava a passar a estação quando o meu telemóvel tocou.
- Cheguei agora mesmo à estação de Berkshire.. Quão longe é a tua casa?- Johnny parecia estar a falar a sério.
Travei a fundo o carro e fiz marcha atrás até ao estacionamento da estação.
- Basta ires até ao estacionamento... Estava a passar a estação quando me ligaste! És louco.- gritei, desligando o telemóvel e correndo para ele.
- Só por ti, Monie!
*H

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Coração estúpido!


Confusão! A minha cabeça estava uma tremenda confusão!


Com tudo o que se estava a passar, a única coisa que me apetecia fazer era tomar um banho quentinho e enfiar-me na cama e dormir durante uma semana!

Dirigi-me até ao fundo das escadas que se dirigiam para o telhado e tentei ouvir o que Abigail e Rick falavam... Era tão bom ela recuperar a memória, sem ter que ser eu a dizer-lhe tudo sobre ela, e acho que até acho que ela pensa que lhe estou a mentir... Mas ... Tudo irá passar...
Não conseguia ouvir absolutamente nada vindo dos dois pombinhos, então, fui até à cozinha. Peguei numa caneca e enchi-a de leite. Quando ia para meter a caneca à boca, o meu telemóvel tocou. Pousei-a no balcão e peguei no aparelho que já me começava a incomodar. Era Stark.

Atendi rapidamente e dei um suspiro meio apaixonado.

- Estou...?

- Olá querida... Como estás?

- Estou bem... E tu?

- Bem... Cheio de saudades tuas...- Claro... A minha barriga tinha que estar já cheinha de borboletas!

- Oh.. Também tenho saudades tuas... Mas olha, eu estou muito cansada e agora não me dava muito jeito estar a falar por chamada... É que eu preciso mesmo de dormir! Já não durmo à duas noites...

Houve uma curta pausa silenciosa.

 - Hum... E eu que pensava que me vinhas abrir a porta para eu entrar...

Oh meu Deus, como poderia ser tão burra? Era óbvio que aquele gajo não me ia só ligar! Até parece que não o conhecia!

- Sabes porque é que te detesto?

- Porquê? - Disse ele, já a notar-se a voz verdadeira mais perto de mim, e a sorrir.

- Porque me estragas com mimos!

Abri a porta e olhei-o nos olhos, ele chegou-se perto de mim e sorriu, agarrou-me pela cintura e deu-me um beijo na testa. Depois encostou os lábios ao meu pescoço e deu outro beijo.

- Ai... Como sentia falta do teu cheiro..

- Tonto. - Abraçados e aos beijos, dirigimos-nos até ao banco da sala.

Eu deitei-me e ele deitou-se sobre mim...

Stark começou a tirar a T-shirt e a tirar a minha também quando parei de o beijar e impedi-o de a tirar.

- Hum.. Stark, para... hoje não ... Por favor..

Ele parou subitamente e sentou-se.

- Desculpa... A sério, desculpa, deixei-me ir pelo momento.. É que sabes... Apetecia-me mesmo... - E voltou-se de novo para mim, beijando-me intensamente. E apalpando-me.

Agarrei-lhe as mãos e desviei os meus lábios dos dele.

- Já disse que hoje não , Stark!

Levantei-me, indignada e corri para o meu quarto, batendo a porta com tanta força que se ouviu o vizinho de baixo a gritar " RAIOS PARTAM ESTAS MIUDAS!". Enfiei-me dentro da cama e tapei-me com os cobertores. Só faltava aquilo para me por o dia ainda pior do que já estava!

"nock,nock"

- Mel... Desculpa...

A porta abriu-se devagarinho e senti a cama ficar mais pesada, até que Stark estava de baixo dos cobertores comigo.

- Eu amo-te Stark, mas foi um erro ter feito aquilo... Nós devia-mos ter escolhido uma altura melhor! E eu... Eu ainda sou muito nova para fazer destas coisas! É claro que foi... Sim... Foi o melhor momento da minha vida... Mas... Teria sido melhor se tivessemos pensado de cabeça fria e como adultos...

Senti os braços de Stark agarrarem-se à minha cintura e os lábios dele beijaram-me a testa... O que eu adoro quando ele faz isto...

- Tens razão, Mel... E peço desculpa por ter sido o responsável... Nunca mais volto a fazer o que fiz ali à bocado... Nem te volto a forçar a fazer qualquer coisa que seja que tu não queiras...

Bem, na verdade, é que eu queria... Eu desejava... E cada vez desejava mais Stark e o corpo dele... Na verdade é que eu sabia que Stark era "o tal", e que eu iria passar o resto da minha vida com ele. Eu sabia-o e sentia-o... E com todas as coisas que se andavam a passar na minha vida, na vida dele, e na vida da minha "família", só me apetecia ser amada e sentir um pouco de amor.

Abracei-o, e beijei-o... Num beijo que nunca mais terminava... E beijo após beijo...


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Os raios de sol batia-me na cara, quando acordei, mas porque é que eu me esqueço sempre de fechar o raio das cortinas?!
 Agarrado a mim estava Stark, sempre com carinha de anjinho e com um sorriso doce. Olhei para o relógio, que estava atrás dele e reparei que já eram onze da manhã!

- Acorda, Stark! Vamos chegar tarde à escola!

Levantei-me num instante e fui a correr para a cozinha, Peguei nos cereais, meti-os numa taça e acrescentei leite. Quando me sentei, reparei que Abby e Rick estavam petrificados a olhar para mim. Quando me apercebi, vi que estava completamente nua, só de cuecas.

- Ok... Acho que isto... Não... Devia... Ter... Acontecido... - levantei-me e corri de novo para o meu quarto.

Stark olhou para mim, e quando percebeu, "escangalhou-se" a rir, deitando-se de novo na cama, sempre a rir.

- Não teve piada nenhuma!

Atirei-me para cima dele e comecei a mandar-lhe chapadas, a tentar pará-lo de rir.
Vesti o meu sutiã beige, o meu top da mesma cor, umas calças super justas e voltei para a cozinha. Abby e Rick continuavam calados, porém com um sorriso de gozo (quase perto de um ataque de risos), mas por respeito a mim, não o fizeram.
 Continuei a comer os meus cereais "Conde Chocula" e não pronunciámos mais nada até Stark chegar.

-Vá, despachem-se, vamos chegar tarde à escola! E olha que temos andado a faltar tanto, não sei como é que ainda não nos expulsaram de lá! Fogo e eu não tenho estudado nada! Estou péssima, PÉSSIMA!!

Stark, Abigail e Rick entre-olharam-se e desmancharam-se a rir. Riram-se tanto que Abby até deitou leite pelo nariz. Já farta de ser o alvo de chacota, gritei mais alto que aquelas gargalhadas todas.

- MAS PORQUE RAIO SE ESTÃO A RIR?

- Mel, eu é que estou a amnésica, mas tu é que não sabes que hoje é sábado!

-Aaah.. - Sentei-me e parti-me a rir.. Oh que confusão andava a minha cabeça!!

- Sendo assim.. Hoje vou ficar o dia a estudar clarinete! E se algum de vocês me incomodar.. Estão muito tramados..!

Eles riram-se ainda mais, pondo-me de tal maneira mal disposta, que arrumei um murro no Rick, que era quem estava mais próximo de mim, do lado direito.

-Au! - Gritou, massajando o ombro dorido.

-Eu avisei- balbuciei, em tom agressivo.

- Vá, tem calma, Melodie, só estávamos a brincar ! Olhei para eles e forcei um sorriso.

-Pois.

Subitamente, o meu telemóvel começou a tocar, maravilhoso toque polifónico... Tirei o telemóvel do bolso e olhei para o visor. Adam. Levantei-me, e fui até ao quarto. Só atendi o telefonema quando finalmente fechei a porta.

-Sim..?

Silêncio do lado de lá..

- Adam, não suporto brincadeiras.. Que se passa ?

Suspiro do lado de lá...

- Eu não sou mesmo nada para ti.. Pois não ?- Como eu o compreendia ... Esquecera-me dele por completo.. O meu melhor amigo..

- Adam... Porque não combinamos para comer um gelado, para falarmos melhor ?

Mais silêncio...

- Estou na porta do teu prédio.

Desliguei o telefonema e apressei-me para o elevador. Atrás de mim veio Stark.

-Hey, então, que se passa ?

- Nada, fica em casa, já apareço. Não contem comigo para almoçar.

- Melodie, isso não faz sentido nenhum! Diz-me ao menos onde vais !

- Dar uma volta.

- Mas Melodie... - E fecharam-se as portas do elevador.

Saí do edifício e olhei em redor, Adam estava sentado no banco mesmo em frente do prédio. Olhei para cima e vi que Stark já tinha percebido praticamente tudo.

... Que se f***!

Cheguei perto de Adam e estiquei-lhe a mão. Ele olhou para ela e deu-me a mão dele, entrelaçando os seus dedos nos meus.

- Tu es minha, de mais ninguém.- puxou-me para si e beijou-me a testa.

-Adam, eu e tu...

- Shhh, deixa-me apreciar o momento.

- Não Adam, eu e tu temos que conversar. Anda daí, vamos ao Hyde Park.



Sentei-me num dos bancos mais escondidos do parque e puxei-o para mim. Ele agarrou-me fortemente e beijou-me, assediando-me as costas e beijando-me o pescoço de vez em quando. Eu deitei-o e deitei-me em cima dele, fazendo-lhe de vez em quando chupões no pescoço.

-Eu amo-te, Melodie! Por favor, fica comigo. Para sempre.

Olhei-o num tom meio selvagem e sorri macabramente.

-Shhh, deixa-me aproveitar o momento - sussurrei-lhe ao ouvido.

Senti-o excitado e beijei-o ainda mais. As mãos dele começavam a dirigir-se às minhas roupas, preparando para me deixar nua, quando me levantei e fiquei a olhar para ele. Ele não sabia nada de mim e de Stark.

Stark... O nome dele e ecoava-me na cabeça, deixando-me tonta e sem saber o que fazer. Sentei-me em cima de Adam e beijei-o ainda mais.

As chaves já estavam mesmo a abrir o trinco da porta do prédio quando Adam me chamou.

-Amanhã passo por cá, Mel? - Disse-me num tom sedutor.

 Parei e fixei Adam, todo despenteado e desfraldado.

-Não.

Entrei no prédio e enfiei-me rapidamente no elevador. Carreguei milhentas vezes em números ao calhas, para que o elevador nunca parasse de andar. Depois das portas se fecharem pela primeira vez, sentei-me num dos cantos do elevador e comecei a chorar. Penso que fiquei assim durante umas duas horas.. Só saí de lá quando, por uma vez, as portas se abriram e, à minha frente estava Stark que, entrou de imediato e pegou-me ao colo. Ele sabia de tudo o que se tinha passado, mas mesmo assim, não tinha nojo de mim. Abriguei-me no peito dele e chorei ainda mais.
Levou-me até à casa de banho, dando-me um banho quentinho, e vestindo-me um pijama lavado. De seguida, deitou-me na cama e sentou-se ao fundo dela. Fiquei inconsciente depois do segundo suspiro de Stark...


No que eu me fui meter..

*M

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Small pieces of our memories

"I'll see you soon"




- Pára por aí! Eu não quero saber de nada disso neste momento, quero deixar esse assunto para a polícia.. - apesar do choque que me havia causado, consegui manter a confiança na voz e bem perto do coração que a todo o custo queria saber o autor de tal crime!

O meu irmão, William, respondeu-me com indignação, salientando-a com as famosas rugas de expressão que corriam no sangue da família.

- Como é que não queres saber?! Ele é nosso pai!

- Will, eu já estou suficientemente magoada com o que aconteceu! Não preciso nem quero que ela se torne numa raiva tal que me faça perder o controlo! Alguém tem que ter a cabeça fria para organizar todas estas coisas e se não a consegues manter, então tenho de agir eu!- argumentei, saindo do carro e dirigindo-me à casa principal para ver a minha mãe.

Sentada no baloiço, situado no alpendre da mansão, estava a minha mãe. Tinha um vestido preto comprido, que fazia salientar a sua cara pálida, os seus olhos inchados e o seu cabelo loiro. A doença enfraqueceu-a imenso e a morte do meu pai, só veio piorar a situação.
A minha única escolha era correr, abraçá-la e levá-la para dentro para ela não piorar ou apanhar uma pneumonia, já que o meu irmão nem pensou nessa hipótese!
- Mãe!!!
*H
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- Já chegámos? Melodie, se me conheces assim tão bem, devias saber que eu odeio que me levem com os olhos vendados para algum lado!
Por entre o barulho da multidão, só ouvia "Bem-vindas" e melodias dissonantes.. Até que chegámos a um sítio mais silencioso e luminoso.
- Já, já chegámos!  Podes tirar a venda!

Ao retirar a venda, reparei num reduzido número de pessoas a sorrir para mim. Cada pessoa tinha um instrumento, desde guitarras e violinos até a clarinetes, flautas e saxofones.
Melodie pegou num clarinete e começou a tocar uma peça mesmo linda que, por acaso, não me era desconhecido.
Entretanto, iam entrando o resto dos instrumentos, e só quando estavam todos é que notei que um rapaz não estava a tocar, apesar de estar a segurar um instrumento. De seguida, ele aproxima-se:
- Eu sei que não te lembras de mim, nem desta gente toda. Aliás, nem sei se reconheces a música mas, este é o teu instrumento. Tenta acompanhar!- dito isto, o rapaz entrega-me a guitarra e volta para o seu lugar segurando um violino.
A música despertava-me todos os sentidos e aos poucos fui procurando automaticamente as posições dos acordes daquela música, tentando acompanhar. No final, o grupo ficou a olhar para mim, depois para Melodie e finalmente para o rapazito até decidirem que seria melhor ser Melodie a falar comigo:


- Lembraste-te da música? É a tua favorita! 


- Bem, se não era a minha favorita passava a ser agora mesmo... Mas não me lembro do nome... Desculpa!- a sua cara ficou pálida e o rapaz baixou a cabeça e virou-se para as janelas da sala.


Melodie olha para mim, com olhos tremidos que continham um lago de lágrimas e sorriu ternamente.
- Bem, ao menos conseguiste acompanhar-nos. Significa que nunca esqueceste uma das tuas primeiras paixões! A música chama-se "How to Save a Life" dos The Fray, a tua banda favorita desde a tua adolescência. Valeu a pena tentar!- dito isto, o grupo dispersou, Melodie foi agradecer a presença deles ali e o rapaz mantinha-se virado para as janelas.
Achei que devia ir ter com ele, que a amnésia o estava a magoar de alguma maneira.
- Desculpa!- disse sem expressão.
O rapaz finalmente olhou para mim, com uma expressão doce e igualmente revoltada, provavelmente procurava as melhores palavras para me responder.
- Ok! Se não te lembras quem sou, nem dos momentos que passámos juntos, vamos começar de novo então!- respirou fundo, fechou os olhos e, quando os abriu, estendeu-me a mão sorrindo. - O meu nome é Rick e sou da tua turma..
Rick! Este nome ecoava no vazio da minha memória e não resisti em perguntar:
- Rick! O que é que tu eras a mim?
O rapaz levou-me até às cadeiras e começou a contar tudo o que aconteceu entre nós, todos os sentimentos provenientes do nosso ser que ficaram marcadas no coração. De seguida levou-me a todos os recantos e, aos poucos, deixava de estranhar todo aquele ambiente até saber perfeitamente cada recanto da escola.
Eram quase 6 da tarde quando recebi uma mensagem de Melodie:


" Vou para casa! A médica diz que és livre de passar a noite em casa, talvez ajude... Se quiseres, o Rick sabe onde moras."

Decidi passar a noite em casa, longe daquele ambiente cheio de germes e agulhas, pelo que pedi a Rick que me ajudasse a chegar a casa.
Não demorou muito, bastou apenas entrarmos no autocarro e passados 15 minutos estávamos a sair em Shaftesbury Avenue e a entrar num prédio com uma padrão típico inglês.
- Bem... Acho estás entregue!- avisou, nunca parando de me fitar o olhar.
- Sobe.. Por favor! Acho que a Melodie precisa de apoio visto que a Harmonie não está cá...
- A Harmonie mas... Tu lembras-te dela e de como ela era?- perguntou de súbito.
- Não me lembro bem, assim como eu não me lembro bem do carácter da Mel ou da tua cara! Mas lembro-me da tua personalidade. Mas sobes ou não?- respondi de maneira a terminar a conversa, pelo menos ao frio.
Rick subiu. Depressa encontrámos Melodie agarrada aos tachos com um rapaz e uma rapariga sentada no sofá a ler. Melodie largou os tacho e começou a re-apresentar os dois desconhecidos: Noah e Cassandra.
- Anda comigo... falta-te conhecer uma parte importante da história!- disse Rick no final das re-apresentações.
Subimos até ao telhado, onde se encontrava o sofá. A partir daí foi um misto de imagens que choveram dentro da minha cabeça, preenchendo o vazio. Essa reacção causou-me tonturas, pelo que me sentei logo no sofá de olhos fechados para tentar assimilar tanta informação.
- Abby! Estás bem?- perguntava Rick, quase em pânico.
- Sim... Apenas cansaço! Foi muita informação para assimilar num dia só.
- Mas lembras-te? Foi aqui que tudo começou..- dizia sentando-se no sofá e puxando-me para o corpo dele.
A noite estava fria e apenas a manta que lá estava me bastava para controlar as tremuras de frio crescentes.

- Como começou?- perguntei, olhando para ele e enroscando-me cada vez mais.
- Assim...- Rick olha para mim e encosta a sua cabeça à minha, acariciando-me o braço.

As luzes da avenida mal serviam para iluminar o telhado, mas foi suficiente para adormecer nos braço do meu desconhecido amado.
*A

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Childhood? Maybe it's gone now! *H

Parecia que o comboio não tinha cor e as pessoas respiram frieza. Sentia-me um poço sem fundo!
Mandei mensagem a Johnny, já tinha saudades dele e já me sentia arrependida de não me ter despedido dele.
"Continuo sem saber o que aconteceu na festa!"
Eram para aí 10 da noite e ainda estava a olhar pela janela do comboio, não sei muito bem para onde, quando senti o meu telemóvel vibrar no bolso das calças. Era Johnny.
- Vais-me explicar? Porque é que não tinha calças e o raio estávamos a fazer no telhado?- comecei logo, sem lhe dar tempo para  dizer o que quer que seja!
- Tu bebeste imenso na festa! Querias andar à porrada com uma caloira que se estava a atirar a mim, por isso levei-te para o telhado para refrescares a cabeça. Estávamos sentados nos colchões velhos de uma das vizinhas deles quando me começaste a beijar sem parar, nem eu ter hipótese de respirar! Sim, é isso mesmo que estás a pensar. Estavas tão bêbada que quiseste fazê-lo no telhado!- disse ele, o mais depressa que conseguiu antes que interrompesse.
- 'Tás a gozar, só pode! Eu só bebi um copo, ou dois... Não interessa! Mas fizemos? Ai não me digas que sim!
- Porquê? É assim tão mau fazê-lo comigo?
- Não.. quer dizer, não sei! Eu só não queria fazer com esta idade!
- Ainda bem que não fizemos, então! Era só para te assustar..
- Que estúpido! Desculpa...- o arrependimento de não me ter despedido dele assolou-me o coração, deixando-o vazio.
- Eu entendo, por mais difícil que seja eu entendo! Ligas-me quando chegares?
- Mando mensagem, pode ser?- não estava com muita vontade de conversar- Agora vou ver se descanso.
- Amo-te!
- E eu a ti! Beijos.- desliguei o telemóvel e voltei a olhar pela janela.


É estranho, parece que vou visitar a minha mãe, quando na verdade vou ao velório do meu pai. Acho que ainda não me adaptei à situação!
Eram 2 da manhã quando cheguei e já avistava o carro do meu irmão no parque de estacionamento.
Não era capaz de dizer nada a ninguém. Mal saí do comboio, as pessoas que se encontravam na estação não tiravam os olhos de cima de mim. Uns cochichavam: "A filha do presidente... 'Tadita, ninguém merece isto!", outros simplesmente olhavam, outros desviavam o olhar, mostrando o seu nojo pela morte do homem mais conhecido naquele lugar.
O meu irmão esperava-me fora do carro, vestido com o seu casaco de couro bege apertado até ao máximo. Continuava com o mesmo cabelo curto espetado escuro, tal como em criança. Porém notava-se um inchaço devido à choradeira que ainda tentava esconder.


- A mãe deixou-te usar esse casaco horroroso? Deve estar bem pior que nós!- impliquei com ele para tentar sacar um sorriso.
- Mete-te dentro do carro!- respondeu com voz e cara inexpressiva, o que me causou um arrepio pela espinha acima e a impressão de que o caso não estava assim tão simples.


Entrei no carro e, de seguida, ele arrancou e permaneceu a maior parte do caminho em silêncio. Como a minha paciência não é das melhores, resolvi acabar com aquele suspense.
- Chamaste-me só para ajudar cá em casa e para ir ao funeral ou há mais alguma coisa?
Chegámos à herdade do meu pai, onde vivi durante anos até ir para Londres, encostou o carro perto do anexo e olhou para mim seriamente.

- Eu sei quem matou o pai!


 [CONTINUA..]

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Remember Me!

"My mistakes will make me strong..."


- Melodie, tu disseste-me que nunca ias fazer uma coisa dessas!- sentia-me chocada, desiludida.. Sem comentários possíveis. Mantive-me perplexa e sem reacção ao que vira.
Mel estava a fumar, coisa que ela tinha deixado bem esclarecido que nunca iria acontecer e ela própria prometeu.


- Abby eu...eu posso explicar! Por favor não te vás embora!- a sua voz mostrava sofrimento e não era pouco.


- O que há para explicar? Melodie ainda nem largaste essa porcaria!- dito isto, ela atira-o para bem longe e tenta levantar-se pelo que notou que estava tontura. O seu organismo não estava habituado a receber aquele tipo de coisas que aquele cigarro tinha.- Não te levantes! Acabaste de ficar pedrada... O que quer que aquele cigarro tinha, não era bom nem para ti em para ninguém!


Sentei-me ao pé dela e limitei a olhar para o jardim do campus da escola sem pronunciar nenhuma palavra.
Obviamente que a súbita partida de Harmonie a tinha chocado, mas não era apenas isso que a atormentava! Não foi preciso esperar muito para ela começar a contar tudo de uma vez por todas. Tudo o que ela dissera sobre a sua relação com o Stark mais a partida de Monie tinham-na destruído por completo, o que a levou a pegar no maço do tabaco que se encontrara perto dela na altura e que, agora, estava a uns bons metros longe dela.
Resolvi leva-la para casa. Sim, tínhamos mais aulas! Mas ela não estava em condições de ficar fechada numa sala de aula com as emoções tão à flor da pele.
- Anda, vamos para casa! Já não há mais aulas para ninguém hoje! Tens de descansar.- disse, agarrando-a pelo braço e levando-a sobre o meu ombro.
Melodie manteve-se calada até chegarmos à paragem de autocarro.
- Obrigada!- disse, agarrando-me a mão e sorrindo levemente.


Chegando a casa, notámos que a casa se encontrava arrumada e que, Cassie não estava lá!
Melodie deita-se no sofá, gemendo de dores de cabeça e de barriga:
- Podes trazer-me alguma aspirina? Estou a morrer de dores e nem me consigo mexer...
- Sim, claro!- disse pousando o casaco no bengaleiro. Logo de seguida, encaminhei-me para a cozinha, onde encontrei um bilhete.


"Fui dar um passeio com um rapazito que veio cá ter. Pelos vistos é primo da Abigail e convidou-me a conhecer a cidade. Volto antes do jantar!
Ps: A casa está jeitosinha não está?"



Bem, pelo menos o dia deles está a correr bem. Levei a aspirina à princesa do sofá e fui buscar os livros de História para estudar, ou melhor, para me manter a par da matéria visto que as aulas são passadas a ouvir os The Fray, Queen e Muse na maioria das vezes.
Sentei-me na banca da cozinha, enquanto Mel estava feita Bela Adormecida no sofá, a observar aquelas imagens e acontecimentos da época renascentista. Confesso que é uma das épocas que mais gosto, acompanhado pelo Iluminismo, que transforma a seca da História num incrível livro de mistérios.
Passado um tempo chega Cassie, acompanhada de Noah, cheia de sorrisinhos. Pergunto-me o que terá acontecido.
Noah repara que Melodie já dormira e faz sinal a Cassie para se rir mais baixo. Depois vem ter comigo e beija-me a testa:
- Hey Abby! Está tudo bem? Já soube que a Monie teve de bazar...
Assenti, mantendo-me calada e voltando aos estudos. Porém Noah não estava satisfeito:
- E a Melodie, como é que ela se está a aguentar?
- Não é fácil... Com o tempo passa! Já mostraste a cidade toda à Cassie? Ela gostou?- perguntei, numa tentativa de mudar de assunto.
- Sim, amei! Sempre soube que Londres era a cidade mais fixe das ilhas, mas pelos vistos, é do mundo inteiro! Ainda por cima, não podia ter arranjado melhor companhia..- responde Cassie, fazendo olhinhos a Noah.
- Ainda bem que se divertiram... Agora se não se importam vou até ao telhado espairecer!- respondi, pegando nas minhas coisas.
Noah sentia-se desconfortável... Notava-se isso!
- Posso ir contigo? Preciso de falar contigo...prima!- ele pareceu-me sincero no que dizia - tirando a parte do "prima"-, o que me fez assentir com a cabeça.
- Não se preocupem! Eu tomo conta da minha prima..- disse muito rapidamente Cassie e demasiado, o que fez com que Mel acordasse sobressaltada:
- Credo! Rebentou a guerra? Vê lá se falas baixo Cassandra!




"Feels like Snakes and Ladders.."


A noite já tinha caído há cerca de meia hora e as estrelas londrinas estavam escondidas por entre as nuvens.
- Posso perguntar-te uma coisa?- Noah havia quebrado o silêncio que permanecia desde o início da noite.
Olhei nos seus olhos e, como se não fossem necessárias as palavras, começou:
- Tu gostas mesmo do Rick não é? Ele é bom rapaz, mas eu vim estudar para aqui por ti.
- Bem, a Cassie gosta de ti.. Pelo menos, deu a entender! Porque não investires mais nela em vez de tentares a tua sorte comigo... de novo?- respondi em tom meio sério, porém soltei um riso nervoso.
- Ela parece ser interessante.. mas não é dela que falamos.. é de nós!
- Noah, já não existe nada entre nós a não ser amizade! Eu não quero jogar este jogo outra vez porque tão de pressa estávamos na casa 99 como na 1ª! Já passámos por isto uma vez, não vou passar outra! Para além disso, eu amo o Rick... Não podia estar mais feliz!- quando finalmente cuspi isto tudo, a expressão de Noah ficara mais fria.
- Ok! Tens um amigo aqui então.. Eu ahmm... tenho de ir para casa! A gente vê-se por aí...- assim que saiu, deitei-me no sofá e notei que as estrelas se tinham cansado de brincar às escondidas e resolveram-me fazer companhia.
Shaftesbury Avenue.. Provavelmente a avenida mais luminosa de Londres e, provavelmente, também a mais movimentada do país. Estava coberta agora por um manto de gente, devido à estreia de alguma coisa artística no Apollo Theater.
- Não tens sono?- Melodie tinha vestido um sobretudo para vir para o telhado- Já são dez e meia, costumas estar a dormir a esta hora assim como a...Harmonie...
Levantei-me, abracei-a e desatei a chorar. Não aguentava mais o facto de Harmonie se ter ido embora e sinceramente tinha saudades de casa!
- Devíamos visitá-la este fim-de-semana! Sei que temos exames, mas ela está a passar um mau bocado!- disse Mel entre soluços.- Anda, vamos ligar-lhe e depois vamos dormir.. Amanhã não vamos à escola!


Entrámos no apartamento que parecia mais frio do que realmente era. Os posters dos Muse já não faziam sentido sem ela.


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- Abby! Abby! Chamem um médico...- um grito ensurdecedor ecoa nos meus ouvidos. Abri os olhos com dificuldade e notei que que tinha um uma agulha espetada no meu braço de onde recebia uma espécie de líquido transparente.
- O que se passa? TIREM-ME DAQUI!!!- as minhas mãos tremiam enquanto tentava tirar tudo do que se tratava de agulhas espetadas no meu corpo.
De súbito apareceram 3 enfermeiras que me tentaram agarrar e acalmar, injectando uma cena esquisita que me pôs tonta...
- Onde estou?- perguntei.
- Estás no hospital... Há mais de 2 dias! Na escola caíste das escadas e ficaste inconsciente.. Que susto mulher!- sentada a meu lado, a agarrar-me a mão estava uma rapariga morena com cabelos escadiados e olhos castanhos enormes a olharem para mim. Tinha um ar preocupado apesar de me sorrir levemente.
- Desculpa.. Tu és..?- a cara dela empalideceu e o sorriso morreu.
- Não te lembras de... Abby sou eu, a Melodie! Conheces-me desde que entraste no conservatório!
- Desculpa! Mas acho que devias sair...- que confusão.
- Abigail não! Tens de te lembrar de mim.. E.. e a Harmonie? Lembras-te dela? Por favor Abby!- pela voz da rapariga ela parecia desesperada e assustada.
- Por favor sai! HEY! ALGUÉM!! ENFERMEIRA!
- Está bem.. Eu saio! Não precisas de gritar..- a rapariga chorava e parecia desiludida quando saiu.
De seguida chegou uma enfermeira que me veio explicar o que havia acontecido. Amnésia?!
- Isso quer dizer que acabei de magoar alguém que possivelmente é a minha melhor amiga? Porque é que não me avisaram mais cedo?! Que anormais! O meu telemóvel? Onde está?- peguei no telemóvel e procurei o número da rapariga..- Desculpa ter gritado! Não sei mesmo quem és neste momento e, se fores uma das minhas melhores amigas por favor volta assim que parares de chorar porque preciso de me lembrar de tudo!
A rapariga ri-se:
- Não existes! Eu estou a caminho.. Queres que leve o teu namorado? Ou melhor.. Lembras-te de alguém?
- Vem só tu! Por favor, sinto um enorme vazio e não sei o que me falta!
- Faltas tu! É isso que falta em ti!! Já entrei no hospital.. Até já!
Passado um tempo consegui observá-la a aproximar-se com um leve sorriso e uma t-shirt dos Queen. Fixei os meus olhos nela:
- Desculpa! Entrei em pânico..
Melodie sorriu.
- Mas já te lembras de mim?- o seu olhar mostrava esperança. Porém teria de dizer a verdade e anui.
- Não.. Não faço ideia de quem és, muito menos de quem sou! A única coisa que neste momento sei é que és fã dos Queen... De certo, pareces ser fanática por eles!- Mel riu-se e de certo modo senti que a conhecia há anos... Tal como me tinham dito!
- Bolas! Isto é muito mau.. Primeiro a Monie vai-se embora, a seguir experimento a porcaria de um cigarro e depois tu resolves cair das escadas! Agora o que é que faço? O director deve andar passado connosco..
- Não te preocupes! Tem de haver algo que me lembre! Algo que sempre gostei desde pequenina e que todos sabem! Sabes de algo assim?
A cara da rapariga ficou pensativa por momentos e, de repente, a cara dela reluz de alegria.
- Já sei! Eu vou chamar a enfermeira! Tenho de te levar a um sítio...
*A



sábado, 13 de agosto de 2011

Love me*


Dirigi-me então para a cozinha, e ao ver Abigail sozinha percebi logo que Harmonie e Johnny tinham adormecido de novo! Revirei os olhos e exclamei:
- Não me digas que a Harmonie adormeceu outra vez!- Ai aquela bela adormecida já começava a desleixar-se do seu posto de "menina perfeita". Comecei então a ir para as escadas para a ir chamar quando Abby, num tom muito, muito, mas mesmo muito triste me disse: 
 - Não vai ser necessário! Senta-te.. Torradas ou cereais?
Pronto, já estava a ver a história, ontem Rick e ela tiveram uma discussão, acabaram e ela agora está tristinha e a Harmonie já tinha saído mais cedo, com Johnny. Afugentei os pensamentos e respondi-lhe que queria cereais.
- Mas o que se passa? Conta... 
 Abby pausou e, como se lhe custasse a dizer, como se as palavras lhe cortassem a garganta, disse baixinho.
  - O pai dela morreu! Ela voltou para Berkshire... Para organizar as coisas!
Não.. Isto não podia estar a acontecer... Ela nunca mais voltaria! Era certo! Com a mãe a sofrer de parkinson, a vida dela não ia voltar a ser a mesma!
Mas o pai... 
- O pai dela morreu de quê? Ele não era muito velho e era bastante querido! - Respondi-lhe incrédula.
- Foi assassinado!
 -Oh meu Deus!! Estou chocada! E porque é que ela não me disse nada? - Exclamei.
Abby sorriu e olhou para mim de alto a baixo. 
- Acho que ela é tão especial que ela própria disse que esta noite seria a vossa noite D! - Corei. -  Sabes como é que ela é, não quer incomodar.. Aliás, ela só se despediu de mim porque a levei ao comboio. Nem do Johnny, tadito!
Abby veio-se sentar comigo na banca.
Bem.. Depois Cassie veio ter comigo e desatei a chorar como uma Maria Amélia.. Até que Abby me disse que tínhamos que ir embora, e assim fui.
-  Harmonie, isto sem ti é uma seca! - Disse Abigail, bem alto para todo o prédio ouvir. E bem que ouviram, pois começamos a ouvir rumores de " ai, esta peste!!"
Ri-me e pus os meu óculos de sol na cara. Bem, era difícil não sorrir... Por muita tristeza houvesse no mundo, eu estava apaixonada! Muito mesmo... E A cerca do Gabriel... Acho que já tinha passado, acho que tinha sido uma mínima crush, e fui tão, mas tão criança em ter feito aquilo que fiz...
Ao chegar-mos à escola, dirigimo-nos logo para o bar, o grandioso sítio das " PopStars", oh mãezinha, eram gajas tãããão convencidas e manientas, que me olhavam de baixo a cima, só por trazer uma camisa nova!
Saí logo do bar e dei uma curta volta à escola antes de ir aos cacifos.
Avistei logo Stark no campo a marcar o seu milionésimo golo naquela baliza velha, dando logo de seguida um salto e gritando, como de costume, " FUI EU, PÁ!".
Sorri com a patetice dele e segui para cacifos, tinha que lá ir por uns cadernos que não ia precisar hoje.
Aquela escola estava cada vez pior, (em termos de alunos), ninguém se sabe comportar! Há cada vez mais parezinhos de namorados sempre na lambisse em todos os cantos da escola! Éh pá…  Arranjem um quarto!
A meio dos meus pensamentos, já tinha chegado ao meu cacifo e já o tinha aberto, mas só quando desanuviei a cabeça, é que percebi que tinha o meu cacifo repleto de rosas encarnadas e de um bilhete que dizia “Amo-te Melodie, obrigada por gostares de mim” , e depois no fundo do bilhete tinha a inicial “S”, de Stark.
Subitamente, sinto uns grandes e fortes braços a rondarem-me a cintura e a puxarem-me, era ele, era Stark. Virei-me para ele e sorri-lhe, e esquecendo tudo o que tinha pensado antes, beijei-o intensamente, o que provocou “BAAAH…” , ou “ Que nojooo!!” , vindos de Abby e Ricky, que logo a seguir se calaram, porque também se beijaram (totós..).
Depois de beijar Stark, olhei para ele e sorri-lhe.
- És um tonto… E eu gosto muito de ti…
Ele abraçou-me e sussurrou-me ao ouvido – Eu amo-te.
Bem… Essa não era bem a palavra que eu queria dizer neste momento… Ainda tenho muito medo de amar alguém… Mas sinto que é o que estou prestes a sentir.
- Diz-me que me amas também Melodie…
Olhei para ele, e o meu sorriso fugiu, e ele reparou logo na mudança de clima, largou-me e só me deu a mão.


- Ainda não é isso que sentes por mim? – AIIII PARA DE ME FAZER ESSES OLHOS DE CACHORRINHO ABANDONADO!!!! – Eu compreendo…
- Não! Não é isso – acalmei-o – Eu… Eu é que tenho medo de dizer.. Que te amo… - confessei.
Ele recompôs-se e abraçou-me novamente, apertando-me tanto, que quase senti as minhas costelas a partirem-se!
- Oh, não precisas de ter medo… Sou só eu e tu Melodie, somos “bué” especiais, não é? O que já fizemos… O que temos pela frente para fazer, fofinha… Não tenhas medo…
Abracei-o também e dei-lhe um beijinho no pescoço, cheguei-me mais perto do ouvido dele e sussurrei-lhe. – Também te amo.
Ele riu-se e largou-me, mantendo apenas a mão dada com a minha, guardei as coisas que ele me havia dado no cacifo e seguimos para a aula de Acústica.


Bem… Sinceramente? Stark estava a fazer-me desleixar da escola… Stark e a partida de Monie… Que ainda não me tinha recomposto da partida repentina dela… Eu nem… Eu nem me pude despedir dela… Ela… Fugiu-me sem eu a poder travar…
Mas eu juro, que nas férias, vou ter com ela e vou passar muitos bons momentos ao lado dela, de Abby e os rapazes… E… Pensando em rapazes, Johnny deve estar completamente aterrado e muito abalado… Ele gosta mesmo dela, talvez mais do que eu e Stark gostamos um do outro! Ela era e é tudo para ele… E ficarem assim… A 500 km de distância, deve ter sido um pesadelo para ele… E pelos vistos, ela nem dele se despediu… E…
- Melodie! Por favor! Presta atenção à porcaria da aula! Andas muito descuidada das aulas de acústica, e pelo que ouvi dos outros professores, andas a descer as notas todas! – No meio de tanto pensamento, nem tinha visto que o stor estava a falar…
Recompus-me e sentei-me direita na cadeira, abri os cadernos e o estojo, e tirei uma caneta de lá de dentro.
- Desculpe, stor…
- Andas a passar algum mau bocado, pequena? Sabes que podes falar com um professor qualquer, ou até com uma psicóloga… Mas as tuas notas andam a descer a pique!
- Não se passa nada comigo, porra! Que mania de fazerem um filme onde ele não existe – gritei – eu estou bem! Perfeitamente bem! Mas se calhar neste momento a porcaria da escola não é o que me está a interessar mais!
- Calma Melodie, estás a ir longe de mais – segredou-me Abigail, pousando a mão no meu ombro, à qual sacudi violentamente.
- Menina Souza, Melodie Souza, vai dar uma volta, não te marco falta, nem tenho que marcar, vai beber um copo de água com açúcar, que te vai acalmar…
Respirei fundo e levantei-me, percorri a sala, cheia de olhares obcecados em mim, e abri a porta muito cuidadosamente e fechei-a cuidadosamente também, comecei a andar, a percorrer o corredor, com as lágrimas quase a transbordar e a tremer por todos os lados.
- Mel, espera! – Gritou Stark.
Fingi não o ouvir, para ele não me ver a chorar, e continuei caminho não traçado.
Ele correu e apanhou-me, afugentei-o e continuei a andar, mas ele meteu-se à minha frente, agarrou a minha cara com as suas mãos e fez-me olha-lo nos olhos.
- O que se passa?
Comecei a chorar violentamente e abracei-o. Chorei durante uns dez minutos, e ele acalmava-me, a balançar-me e a dar-me beijinhos.
Depois, ganhei coragem e disse-lhe finalmente o que se passava comigo.
- Estou com o período…
Desmanchamo-nos a rir, entre lágrimas, disse-lhe com a mais vontade do mundo. – Amo-te, Stark.
Ele sorriu e beijou-me a testa. – Eu também te amo Melodie…
No meio de tanta emoção, e fraquita como eu era, desmaiei.

Só acordei quando me meteram água na cara.
- Ufa! Já acordou! Pessoal, a Mel já acordou, já podem voltar ao normal! – Disse Abby, que estava debruçada sobre mim.
- Sou tão fraca – sussurrei.
- HAM? – Disse Abby, que surda, meu deus!
- Nada! Estive desfalecida durante quanto tempo?
- Hum.. Meia hora… És uma fraquita!
- Eu sei…
- Mas já agora… Porque é que desmaiaste?
Corei – Acho que foi emoção a mais naquele momento.
Levantei-me e fui para o meu lugar habitual da aula de Acústica, e, com todos os acontecimentos, acabou por tocar e não fizemos nada da aula. Pelo menos eu.
- Bem meninos, em relação aos tpc’s, é só o numero 3 que não se faz! De resto, façam tudo! E digam à Melodie o que é para fazer, já que ela não esteve. – Disse o Stor, todo desnorteado, por eu lhe ter arruinado a aula. Por parte sentia-me mal por ter feito tal coisa. Mas olha… O que está feito, feito está!
Arrumei as minhas coisas e segui para um sítio escondido da escola, para poder reflectir tudo o que se andava a passar.
Sentei-me no chão e escondi a cara com as minhas mãos, mas não chorei. Já chegava de choro. Mas mantive-me assim durante um bocadito. Quando levantei a cabeça, mesmo à minha frente, vi um maço de tabaco, com isqueiro lá dentro, no chão. Alguém o tinha deixado cair e nem reparou.
E, estupidamente, peguei no maço de tabaco e tirei de lá um cigarro.
Eu nunca tinha fumado.
Eu detestava coisas desse género.
Eu estava prestes a fazer uma coisa que tinha prometido não fazer.
Eu.
Meti o cigarro na boca, e acendi-o, dificilmente (sim, porque eu não tenho jeito nenhum para isqueiros), e sorvi, ou como raio é uma golpada de fumo. Claro que não foi uma óptima ideia, pois comecei a tossir fortemente, mas, na tentativa de fazer pior ao meu corpo, tentei fazer mais aquilo, até conseguir na boa.
Até era bom.
E acalmava o meu Stress…
- Melodie! Tu disseste-me que nunca ias fazer uma coisa dessas!
Olhei repentinamente e vi uma cara muito, mas muito desapontada.
Era Abby.




*M